Nietzsche e o espírito latino
(Coleção Sendas & Veredas; GEN/Edições Loyola, 2016).
O Nietzsche da mitologia “germânica” dá lugar, aqui, ao filósofo refinado que de Nice, no inverno de 1883, inicia sua viagem a Cosmópolis, lugar ideal distante das tribulações nacionais. Se em Nice ele encontra as novidades parisienses, dos psicólogos mais finos aos “romanciers de boulevard” (como Paul Bourget), desde Humano, demasiado Humano manifesta interesse pela cultura neolatina. Autores maiores e menores, “maîtres de l’heure” como Taine e Renan, contribuem para constituir a trama de uma filosofia que se distancia cada vez mais da miséria alemã e encontra em Paris, “capital do século XIX”, ao lado da dissecação analítica dos herdeiros de Stendhal, muitas naturezas tropicais, monstros, heróis, doentes da vontade. Deste material experimental, deste caos incandescente, poderá surgir o homem novo, europeu e supraeuropeu.