Se, ao preconizar a união europeia, Nietzsche aparece como um visionário, ao buscar uma solução para o mal-estar que se abate sobre o continente, apresenta-se como um pensador que não soube compreender as transformações econômicas, políticas e sociais da sua época. Nesse sentido, os estudos da recepção do pensamento nietzschiano na Alemanha, na Itália e na França, em que pesem os pontos em comum, bem mostram que as cores nacionais continuam presentes de modo muito nítido nos textos publicados acerca das ideias de Nietzsche nesses países. Em suma: a união europeia continua a constituir um desiderato.
Sobre o autor:
SCARLETT MARTON é professora titular de Filosofia Contemporânea da Universidade de São Paulo. Publicou numerosos livros e artigos sobre o pensamento nietzschiano no Brasil e em vários países da América Latina e da Europa.