Nietzsche, um “francês” entre franceses
(Coleção Sendas & Veredas; GEN/ Discurso Editorial/Editora Barcarolla, 2009).
Era como um campo de batalha que Nietzsche designava a si mesmo. Se com a expressão queria ressaltar a complexidade de seu pensamento, com ela hoje se pode sublinhar as tensões que o atravessam. Espaço de conflito, sua obra se põe como o território em que se defrontam múltiplas interpretações, em que se confrontam apropriações de diferentes partidos, sejam eles políticos, literários, acadêmicos. Prova disso são as voltas e reviravoltas que se presenciam na recepção francesa do pensamento nietzschiano.
Nos últimos anos, tanto a celebração eufórica do filósofo quanto sua apropriação política cederam lugar a um sério interesse pela posição que ele ocupa na história das ideias. Nietzsche se põe hoje sobretudo como um objeto de estudo dos mais intrincados e complexos e, por isso mesmo, dos mais ricos e instigantes. Para essa nova visão do filósofo, contribuíram as pesquisas de Éric Blondel e Patrick Wotling. Na esteira dos trabalhos que desenvolveram e continuam a desenvolver, surgiu uma nova geração de estudiosos que já deu provas de sua competência.
Neste volume, acham-se reunidos textos de sua lavra, que, em diferentes momentos, eu tive o privilégio de introduzir ao público brasileiro.