Nietzsche pensador mediterrâneo: a recepção italiana
(Coleção Sendas & Veredas; GEN/Discurso Editorial/Editora Unijuí, 2007. Série: Recepção).
Pontos de inflexão marcam a recepção italiana de Nietzsche. Assim é que, ligada de início ao nome de Gabriele D’Annunzio, a fortuna de sua obra toma outra direção com Benedetto Croce, para ser uma vez mais redirecionada com Giovanni Gentile. Os socialistas, porém, para ela abrem um novo caminho, que os fascistas se empenham rapidamente em desviar. Na cena acadêmica, a partir do final dos anos 20, trabalhos vêm operar uma reviravolta na abordagem do pensamento nietzschiano, abordagem essa que, na década de 60, será outra vez revista com a interpretação heideggeriana.
Ponto de inflexão maior, porém, constitui a edição crítica das obras completas do filósofo e a fundação dos Nietzsche-Studien. E isto porque seus efeitos não se limitaram à Itália. Responsáveis por trazer a pesquisa internacional sobre Nietzsche ao ponto em que se encontra hoje, as iniciativas de Giorgio Colli e Mazzino Montinari vieram determinar em escala planetária os rumos dos estudos nietzschianos.
É na linhagem do trabalho realizado por Montinari que se situam os dos autores deste volume, que tenho o privilégio de apresentar ao público brasileiro.