Em busca de um lugar ao sol: Nietzsche e a cultura alemã
(Coleção Sendas & Veredas; GEN/Discurso Editorial/Editora Unijuí, 2006).
A formação não é um “direito universal”. Ela é privilégio de um determinado segmento da sociedade; depende, pois, da condição social. Assim afirma Wilhelm, protagonista de Os anos de aprendizagem de Wilhelm Meister de Goethe. Não é de modo diferente que pensa Nietzsche. Acreditando que a verdadeira formação caberia apenas aos nobres, critica a burguesia erudita do século XIX, que visava a atrelar a cultura aos novos rumos da sociedade alemã.
Ocorre, no entanto, que Nietzsche — como Wilhelm — era burguês. O filósofo investe assim com conhecimento de causa contra seu próprio segmento social, a fim de se pôr para além dele. Mas teria sido bem sucedido?